Suicídio e obsessão: 

pandemias silenciosas


 Sempre às quartas-feiras, quando essas ocorrerem em dias pares do mês, das 20h00 às 21h30 (presencial)

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, anualmente, 800 mil pessoas se suicidam no mundo. Equivale a dizer que a cada 45 segundos, uma pessoa tira a sua vida ou que em torno de 2000 mil pessoas põem fim à vida diariamente. No Brasil, especificamente, o índice é alarmante, com média de 32 suicídios diários. É espantoso ainda mais se considerados os casos subnotificados, as tentativas de suicídio e os suicídios “indiretos”, referente àqueles que, consciente ou inconscientemente, destroem aos poucos o próprio organismo (físico e psíquico), como nos casos de alcoolismo, de tabagismo, de glutoneria, de toxicomania e outros não contabilizados. 


Nesse sentido, pode-se dizer também que processos de autodestruição (tentativas de suicídio e  suicídios “indiretos”), conscientes ou não, podem ser vistos como silenciosos, na medida em que, muitas vezes, não são vistos como desencadeadores de desfechos como o suicídio. 


Do ponto de vista da doutrina espírita, de forma semelhante, processos como o da obsessão também podem conduzir a esses mesmos desfechos. De acordo com o espírito Philomeno de Miranda, a obsessão, em qualquer modalidade que se manifeste, é uma condição crônica que requer tratamento especializado confiável e cujos resultados não se tornam evidentes apressadamente. Tal como o alcoolismo, a toxicomania e outros, sua etiologia é complexa e profunda. Enquanto esses podem ter componentes genéticos, questões existenciais e/ou sociais, a obsessão pode surgir de processos morais nos quais os envolvidos na aflição se deixam consumir pelas influências da criminalidade. O resultado pode ser igual para ambas as perspectivas, a médica e a doutrinária.


A doutrina espírita é fértil em seus esclarecimentos sobre as consequências do suicídio, considerado a maior transgressão à Lei de Deus, bem como sobre a obsessão, uma doença grave de difícil erradicação que revela uma síndrome alarmante. 


Com base nesse entendimento, pode-se dizer que a humanidade vem enfrentando duas pandemias silenciosas, respectivamente: uma é o suicídio, cujos desenvolvimentos nem sempre são considerados sob essa ótica – a OMS registra os desfechos, os casos notificados segundo uma visão mais estrita; a outra é a obsessão, cujo processo pode ser confundido pela medicina, mas que a doutrina reconhece e tenta auxiliar em sua reversão.  


Se no primeiro caso, a quantificação da OMS representa um significativo desafio para a saúde pública em escala global, o mesmo não acontece no segundo, haja vista na doutrina os casos de obsessão serem considerados pelo porte e pela amplitude, embora igualmente ameacem a saúde pública. Ambos têm grande relevância no plano espiritual.


O propósito deste curso é discutir essas duas pandemias silenciosas e, ao mesmo tempo, apresentar medidas mais urgentes propostas pelo Espiritismo para tentar prevenir e remediar tais situações.